Uma mulher de 63 anos, ativista, declara que a liberdade é um direito inegociável para todas as mulheres, independentemente de sua origem, cor, credo ou condição. Enfatiza que toda mulher tem o direito de viver sem medo, com dignidade e autonomia, mas a liberdade verdadeira requer independência econômica, emocional e estrutural, um desafio ainda maior em um país onde milhões enfrentam a fome.
Relata que trabalha desde os 10 anos, vendendo bicos de garrafa em Itaporã (MS). Filha de uma costureira e um agricultor, segunda de oito irmãos, afirma que tudo o que conquistou foi resultado de esforço, disciplina e coragem, valores que transmitiu aos seus filhos.
Em 2016, tornou-se uma sobrevivente de violência doméstica, sofrendo fraturas e lesões. A decisão de romper o silêncio foi motivada pela consciência de que falava por milhões que não podem ou não conseguem se manifestar.
Essa experiência a impulsionou a dar voz às mulheres silenciadas, levando-a a participar de audiências na Organização das Nações Unidas, no Parlamento Europeu e em conferências sobre direitos humanos em diversos países. Foi convidada a falar no Museu da Fifa sobre o papel do esporte no enfrentamento à violência de gênero e esteve presente em universidades, centros comunitários, abrigos e fóruns populares.
A ativista ouve atentamente histórias de vida, perdas, sobrevivência e esperança, oferecendo sua presença como mensagem de solidariedade: “Vocês não estão sozinhas.” Acredita no poder do testemunho para iluminar caminhos, romper muros e transformar realidades.
Abraçou também a causa dos refugiados, encontrando mulheres na Venezuela e Itália que perderam tudo, mas não a força. No Brasil, esteve com famílias vindas de Venezuela, Congo e Síria, defendendo seus direitos como parte de seu compromisso contra todas as formas de injustiça.
Nos últimos dois anos, esteve no Rio Grande do Sul, apoiando e dando visibilidade às mulheres afetadas pelas enchentes, constatando que são elas, especialmente as de baixa renda, que sustentam a sobrevivência com coragem, mesmo diante do abandono.
Seu ativismo, movido por crenças profundas, a leva a se engajar em causas em que acredita de coração. Rejeita a omissão, a naturalização da violência e o silêncio imposto, buscando usar sua voz, história e trajetória para inspirar, denunciar e construir um futuro mais justo, sempre com escuta atenta e alma inteira, para que nenhuma mulher se sinta invisível.