A cantora Preta Gil faleceu neste domingo (20), aos 50 anos, nos Estados Unidos, onde realizava tratamento contra um câncer no intestino.
A artista, que estava em Nova York, iria para Washington para mais uma sessão de terapia experimental, quando sentiu mal. Segundo informações preliminares, os médicos detectaram que a doença havia se alastrado, e a cantora não resistiu.

Preta estava em solo norte-americano acompanhada do filho, Francisco Gil, e de amigos próximos. A família ainda não se manifestou oficialmente, mas os fãs já lamentam a morte da cantora no perfil oficial dela nas redes sociais.
Uma trajetória de coragem, arte e resistência
Filha do cantor e ex-ministro da Cultura Gilberto Gil e da empresária Sandra Gadelha, Preta Maria Gadelha Gil Moreira nasceu no Rio de Janeiro, em 8 de agosto de 1974. Iniciou sua carreira artística em 2003, com o álbum “Prêt-à-Porter”, que misturava MPB, pop, samba e funk — marcas que definiriam seu estilo irreverente e plural.
Preta ficou conhecida por sua energia no palco, sua defesa ferrenha pela diversidade, pelo corpo livre e pela inclusão social, tornando-se um ícone da luta contra a gordofobia e o racismo estrutural. Seus blocos de Carnaval no Rio atraíam multidões, e ela também se destacou como atriz, apresentadora e empresária do entretenimento.
Ao longo da carreira, lançou diversos álbuns, entre eles Preta, Noite Preta ao Vivo e Sou Como Sou, e participou de turnês com o pai e outros grandes nomes da música. Suas redes sociais refletiam a conexão com o público e sua forma sempre autêntica de viver e se posicionar.

O diagnóstico e a batalha contra o câncer
Preta Gil revelou publicamente em janeiro de 2023 que havia sido diagnosticada com um adenocarcinoma no reto, um tipo de câncer no intestino. A notícia comoveu o país e, desde então, ela passou a compartilhar parte da sua rotina de tratamento com seus seguidores, sempre com otimismo, fé e sinceridade.
A cantora foi submetida a quimioterapia, radioterapia e a uma cirurgia delicada para retirada do tumor. Em algumas fases, celebrou bons resultados e a resposta do corpo aos tratamentos. Em outras, expôs com coragem os momentos de dor, vulnerabilidade e cansaço — sempre com o apoio de familiares, amigos e uma legião de fãs.
Nos últimos meses, Preta viajou aos Estados Unidos para dar continuidade a uma nova fase de tratamento. Foi em uma clínica naquele país que ela passou mal e, após exames, os médicos identificaram que o câncer havia se espalhado para outros órgãos, o que agravou o quadro rapidamente.
Legado
Preta Gil deixa um legado artístico poderoso e uma história de amor com a música, com o público e com a liberdade de ser. Mãe, filha, artista e ativista, ela mostrou ao Brasil que viver com coragem é, também, um ato político e poético.
A cultura brasileira perde uma voz única, e o país se despede de uma mulher que ousou transformar dor em arte, palco em resistência e sua imagem em símbolo de luta por um mundo mais justo e mais diverso.