Ex-presidente Michel Temer participa de encontro sobre sustentabilidade em Cuiabá

Começou nesta quarta-feira (27) em Cuiabá, o Fórum de Sustentabilidade e Desenvolvimento Econômico que reúne líderes de diferentes setores do país. O evento é realizado pelo Grupo de Líderes Empresariais (Lide-MT) e conta com a presença do ex-presidente Michel Temer e da ex-ministra de Meio Ambiente Izabella Teixeira.

O assunto principal deste encontro, que também tem a participação de lideranças do agronegócio e do setor econômico, é sustentabilidade. O debate gira em torno de temas como mercado de carbono, Código Florestal, relações comerciais e a imagem do país no exterior.

Lide
Lide MT – evento discute sustentabilidade, em Cuiabá. (Foto: Jolismar Bruno)

O olhar político de Michel Temer

Questionado sobre os caminhos do Brasil na questão da sustentabilidade, Temer afirmou que o maior desafio é ampliar o diálogo entre as instituições e a sociedade. Para ele, não cabe apenas ao Poder Executivo conduzir a agenda, mas sim a uma ação conjunta com o Legislativo.

“Deve haver a convicção de que quem governa o país não é apenas o Executivo, mas o Executivo juntamente com o Legislativo. É preciso haver uma interlocução muito grande entre os dois”, disse.

Temer ainda citou o papel dos estados no fortalecimento da federação e no desenvolvimento sustentável. Ele lembrou que Mato Grosso, sozinho, seria o terceiro maior produtor mundial de soja, caso fosse um país independente.

“Os estados brasileiros fazem um trabalho extraordinário, especialmente no agronegócio, e isso mostra como são fundamentais para abrir empregos, atrair investimentos e combater o desemprego”, completou.

Michel Temer
Ex-presidente Michel Temer. (Foto: Jolismar Bruno)

O posicionamento do agro

Entre os representantes do setor produtivo, esteve presente o presidente da Associação dos Produtores de Soja e Milho (Aprosoja), Lucas Costa Beber, que ressaltou a importância de o Brasil “provar o que já faz de bom” no campo da sustentabilidade.

Segundo ele, estudos da Embrapa e da Esalq/USP comprovam que o sistema de plantio direto em sucessão de soja e milho garante ao país um saldo anual positivo de 1,9 tonelada de carbono sequestrado por hectare.

Beber também destacou a fixação biológica de nitrogênio, tecnologia que reduz em até um terço a necessidade de adubação sintética em gramíneas como o milho.

Lucas Beber Aprosoja
Lucas Costa Beber, presidente da Aprosoja. (Foto: Jolismar Bruno)

Risco à competitividade e moratória da soja

Beber alertou ainda que o Plano Clima, que será levado pelo governo federal à COP-30, pode comprometer a competitividade do agro se adotar métricas internacionais sem considerar parâmetros validados no Brasil.

Ele lembrou também que o país é recordista mundial na logística reversa de embalagens de defensivos agrícolas, com 94% do material reciclado e o restante encaminhado para destinação adequada.

O presidente da Aprosoja voltou a criticar a moratória da soja, defendendo que, embora tenha tido relevância no passado, hoje se tornou uma barreira comercial disfarçada de proteção ambiental.

“O que falta é o Brasil saber vender o que já faz de positivo. Somos os únicos que preservamos parte das terras produtivas dentro da fazenda, algo que não acontece nos Estados Unidos e na Europa”, concluiu.

Ex ministra Izabella
Ex-ministra do Meio Ambiente Izabella Teixeira. (Foto: Jolismar Bruno)

Políticas modernas e convergentes

A ex-ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, reforçou que o Brasil precisa separar as agendas de política ambiental e política climática, que muitas vezes se confundem. Segundo ela, o país deve olhar para o futuro com políticas modernas e convergentes, em sintonia com os riscos climáticos e as transformações tecnológicas em curso.

“O que temos hoje não nos levará ao futuro. O mundo mudou, a natureza já mudou com o aumento da temperatura global, e as nossas instituições ainda trabalham com conceitos do passado. É preciso repactuar a interlocução política, respeitar a ciência e construir soluções com base na convergência e não na polarização”, destacou.

Izabella também defendeu que o Brasil deve usar seus ativos naturais estratégicos como alavanca de desenvolvimento, aliando sustentabilidade, segurança alimentar e energética.

“Não dá para fazer desenvolvimento sem a natureza, mas também não dá para excluir os setores econômicos. O caminho é pactuar, construir acordos e transformar o Brasil em protagonista de um novo momento global”, concluiu.

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