Com o fim da licença neste domingo (20/7), o futuro do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) permanece indefinido. Após quatro meses de afastamento, a estratégia do parlamentar ainda não foi definida, gerando incertezas sobre seu retorno à Câmara dos Deputados. Declarações prévias de Eduardo e seu pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), indicavam uma possível permanência nos Estados Unidos, mas uma decisão final ainda não foi anunciada.
A indefinição sobre o futuro de Eduardo já existia antes da operação da Polícia Federal (PF) que teve Bolsonaro como um dos alvos na sexta-feira (18/7). Membros do PL afirmaram que o caso seria debatido durante o recesso parlamentar.
A operação da PF intensificou o debate. O PL e a oposição agendaram uma reunião conjunta presencial em Brasília para a segunda-feira (21/7), onde a situação de Eduardo será um dos temas centrais.
O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), não comentou o caso, mas seus interlocutores afirmam que ele poderá convocar uma reunião com líderes durante o recesso para discutir o assunto.
A equipe do PL na Câmara analisou alternativas para que Eduardo Bolsonaro mantenha seu mandato. A possibilidade mais viável seria calcular o número de faltas permitidas antes da perda do cargo. De acordo com o líder do partido, Eduardo poderia faltar a até 44 sessões, o que equivale a cerca de 5 meses, sem perder o mandato.
Outras opções, como novas licenças por motivos de saúde ou interesse particular, foram consideradas, mas descartadas devido à percepção negativa que poderiam gerar. A proposta de alterar o regimento interno da Câmara para permitir o exercício do mandato fora do país, apresentada pelo deputado Evair de Melo (PP-ES), também está em análise.
A Mesa Diretora da Câmara já informou que o mandato será retomado assim que a licença terminar.
Na sexta-feira (18/7), a Polícia Federal realizou mandados de busca e apreensão na residência de Jair Bolsonaro e na sede do PL em Brasília. O ex-presidente também foi obrigado a usar tornozeleira eletrônica por ordem do ministro Alexandre de Moraes.
Durante a operação, foram apreendidos um pen drive, dinheiro em espécie e o celular de Bolsonaro. Moraes também proibiu o contato entre Bolsonaro e seu filho Eduardo, que é alvo da mesma investigação. Além disso, o ex-presidente está proibido de usar redes sociais e deve cumprir horário de recolhimento domiciliar.
Eduardo, que está nos Estados Unidos desde março, é investigado por supostamente articular sanções contra o Brasil. O ex-presidente Bolsonaro afirmou que Eduardo deve permanecer nos EUA, “senão será preso”. Bolsonaro nega as acusações e alega ser vítima de perseguição.