A administração de Donald Trump iniciou debates, nesta quarta-feira, sobre a potencial aplicação de sanções ao presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta, e ao presidente do Senado Federal, Davi Alcolumbre.
Esta é a primeira vez que o governo americano considera a imposição de medidas punitivas aos líderes do Legislativo brasileiro, expandindo um mapeamento já realizado sobre ministros do Supremo Tribunal Federal (STF).
O descontentamento de Washington com Hugo Motta reside na sua postura de obstruir a votação do projeto de lei que visa anistiar réus e condenados por envolvimento em tentativas de golpe de Estado, uma medida que poderia favorecer Jair Bolsonaro.
Em relação a Davi Alcolumbre, o governo americano critica a sua decisão de não pautar os pedidos de impeachment contra ministros do Supremo, incluindo Alexandre de Moraes, que já teve seu visto para os Estados Unidos revogado.
Na última terça-feira, um novo pedido de impeachment contra um ministro do STF foi formalizado no parlamento. No entanto, Davi Alcolumbre tem reiterado a seus interlocutores que não pretende pautar o impeachment de nenhum membro da Suprema Corte.
Tanto Hugo Motta quanto Davi Alcolumbre têm demonstrado alinhamento com o presidente Lula. Embora filiados a partidos de centro-direita, eles fazem parte da ala do Centrão que busca manter um relacionamento cordial tanto com membros do governo quanto da oposição.
A oposição foi frustrada por Hugo Motta, que vetou o funcionamento de comissões da Câmara dos Deputados durante o período de recesso parlamentar. Congressistas apoiadores de Bolsonaro buscavam interromper o recesso e agilizar a tramitação de projetos para responder à decisão do STF de impor medidas cautelares a Jair Bolsonaro, incluindo o uso de tornozeleira eletrônica.