A suspensão de cirurgias eletivas no Sistema Único de Saúde (SUS) da Santa Casa de Campo Grande resultou em uma conta de R$ 80 mil para a prefeitura. O caso envolve uma idosa que necessitava de um procedimento urgente e precisou ser atendida na rede privada.
A paciente, de 69 anos, deu entrada na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Moreninha II com uma fratura transtrocantérica no fêmur, condição que requer intervenção cirúrgica. Devido à paralisação dos procedimentos eletivos na Santa Casa e à falta de vagas na rede pública, a paciente judicializou a situação.
Uma ordem judicial da 1ª Vara do Juizado Especial da Saúde determinou que a Santa Casa admitisse a paciente no Prontomed, onde a cirurgia foi realizada na rede particular. O procedimento incluiu caloclasia com retirada de calo ósseo, redução da fratura, fixação com haste cefalomedular e controle radiológico. A paciente recebeu alta do setor de Ortopedia e Traumatologia em 9 de abril.
Apesar do atendimento, a Prefeitura de Campo Grande ainda não efetuou o pagamento pelos serviços prestados, o que motivou uma nova ação judicial por parte da Santa Casa. A instituição alega que as despesas hospitalares totalizam R$ 80.511,19, referentes a diárias, honorários médicos, materiais, medicamentos e exames.
A Santa Casa havia suspendido as cirurgias eletivas em fevereiro, alegando desabastecimento de insumos hospitalares. Em março, o hospital informou à Secretaria Municipal de Saúde (Sesau) sobre a superlotação do pronto-socorro e a impossibilidade de receber pacientes que não fossem de emergência. Quatro meses após a suspensão, o hospital retomou as cirurgias, o que gerou um aumento na fila de espera.
Segundo o Sistema de Gerenciamento da Tabela de Procedimentos, Medicamentos e OPM do SUS (Sigtap), o custo da cirurgia, se realizada na rede pública, seria de R$ 972,97, valor que seria coberto pelo SUS. A prefeitura de Campo Grande pagava R$ 5 milhões mensais à Santa Casa por serviços prestados, valor que foi acrescido de R$ 1 milhão neste ano.